top 15 coisas que me irritam -mesmo-
15- Pessoa feia e fútil que se acha.
14- Digitar captcha
13- Ganso, curioso, pescoço, robert. Em cada região tem um nome, mas todos são um saco.
12- Exercícios de física, matemática e química.
11- Discutir religião (tenho minha opinião formada e pronto.)
10- Moscas, mosquitos e todos esses insetos que voam, eles me tiram do sério.
9-Vizinho que escuta música ruim no último volume
8- Imprevistos, que de alguma forma sempre acabam me atrapalhando
7- A lerdeza da minha internet
6- Explicar alguma coisa (qualquer coisa) e a pessoa não entender.
5- Terminar de pintar a unha e ela estragar completamente
4- Procurar alguma coisa e não achar
3- Estar com sono e não poder dormir
2- Ligar pra desligar na minha cara
e o número 1 tã nã nã
1- Brincadeiras estúpidas. Aquelas que são super sem-graças, queima-filme, e só os idiotas que querem enturmar que fazem. Nossa, isso me tira do sério mesmo!
Eu, canceriana hiperativa.
Não consigo terminar nada que começo, por isso venho pouco aqui no blog. Não é falta de assunto, nem de tempo, é falta de vergonha na cara mesmo. Nesse tempo que fiquei fora, pensei muito (tô numa fase filósofa) , criei um fotolog, coloquei aparelho nos dentes, quis escrever um livro, cortei o cabelo, decidi comprar uma câmera , desisti, criei um projeto de site, desisti, e por aí vai. O blog não fica esquecido, é que eu não gosto de postar sem responder comentários, e é muito difícil pra mim responder no flickr, orkut, twitter, myspace e agora fotolog. Porque eu não excluo algumas contas? Não consigo, só sei largar quando perde a graça, que foi o caso do meadd.
Agora tô passando por aquela fase, aquela terrível fase que você precisa escolher o que quer fazer da vida, e não dá mais pra adiar. Termino o segundo ano agora, ano que vem, terceiro, preciso pelo menos ter uma noção do que fazer pra começar o cursinho no início do ano. São tantas opções, eu fico perdida!
O que eu queria mesmo era poder viver de internet, criar uma imagem aqui dentro, tirar um bom algum sustento de adsenses e patrocinadores. Mas não dá. Quem consegue se estabelecer na internet é pelo menos 1 em cada 10000 viciados, é melhor desistir. Seria maravilhoso eu tirar meu sustento da internet e me dedicar as fotografias, mas isso é um sonho distante e é só sonho.
Voltando pro mundo real, já pensei em jornalismo, publicidade e propaganda, psicologia, moda, design gráfico, administração, fotografia, arquitetura, decoração de interiores, nurição, engenharia de alimentos, direito, relações públicas. AAAII :S
São opções muito diferentes, e o que eu queria mesmo era o jornalismo, mas aqui em goiânia não tem mercado de trabalho, e eu nem tem como eu sair daqui. Um jornalista aqui faz o quê? er, telejornal? Não é isso que eu gosto :)
Fotografia é outro grande sonho, mas poxa, quanto um fotógrafo ganha? No eixo rio/são paulo pode ganhar alguma coisa, mas por aqui acho que quase nada. E não vou ser hipócrita, quero uma profissão que eu goste mas que me dê um retorno , que dê pra viver bem. Não que me deixe milionária, mas que me dê um pouco de conforto básico. Não que eu seja totalmente fútil, metida e interesseira, é diferente.
Eu também sempre gostei de papelaria, mesmo com todo mundo gritando *keloaneeee, tá louca? papelaria? quer passar fome?* eu gosto e pronto! Mas montar uma não é nada fácil :s
Mas de uma coisa eu sei, adoro pessoas, gosto de falar, preciso de um serviço que não me isole do mundo e que não tenha contas matemáticas.
É muito difícil tá passando por essa fase de escolhas, isso vai determinar a minha vida inteira e poxa, eu só tenho 15 anos, qual a minha probabilidade de acertar ? :(
tenso.
Tenho mais ou menos 3 meses pra pensar ainda e decidir, e só mais um ano pra estudar e passar no vestibular. #medo
90's
leite condensado caramelizado com flocos crocantes coberto com um delicioso chocolate nestlé, tatuagem de chiclete, pulseiras de mola coloridas, cubo mágico, eliana, gibis, doug, bananas de pijamas, luluzinha, maria belém, elástico, caracol, amarelinha, família dinossauro, teletubies, mamonas assassinas, chaves, aquele pirulito que encaixava no dedo , tetris, brink game ( uns videogames pequenininos que jogava com o dedão) haha, biloquê, tinha um negoço que tinha duas linhas e na ponta delas umas bolas que batiam uma na outra, nossa me machucava demais com aquilo! nem lembro o nome, para bailar isso aqui é bomba, cãezinhos do canil, os anjinhos, gato felix, tartarugas ninja, ioiô da coca cola, ioiô de luzinha, carrossel, chapolim, o diário de daniela, pokebola que vinha no guaraná antártica caçulinha, anel de humor, axé, da magia à sedução, merthiolate, melissas, os trapalhões em a luz azul, o diário de daniela, power rangers, os batutinhas, sabrina aprendiz de feiticeira, matilda, free willy, lua de cristal, caderno de perguntas, tv cruj, tazo, ôÔ mila mil e uma noites de amor com você, o araketu araketu quando toca deixa todo mundo pulando que nem pipoca, a keloane roubou pão na casa do joão, é o tchan, tv cultura, castelo rá tim bum, bom dia & cia, tamagoshi, propaganda do batom 'compre batom', pitchula, tererê, pegue o pombo pegue o pombo pegue o pombo agooooora! *_________*
dá uma saudade, né?
mentecápta
Dizem que toda rainha louca possui o desejo de cortar os pulsos e morrer cantando na fogueira . Porque comigo seria diferente? Encontrei na loucura a libertação para todos os meus prolemas e minhas inescrupulosas ações. Afinal, sou louca, tudo posso, nada me atinge. A humanidade condena todas as formas de expressão, mas aceita com naturalidade tudo que o louco faz. Sempre foi assim, é mais cômodo não explicar a alma de artista que possuo e aceitar ouvir a frase "Ela é louca, deixa ela..."
90's
leite condensado caramelizado com flocos crocantes coberto com um delicioso chocolate nestlé, tatuagem de chiclete, pulseiras de mola coloridas, cubo mágico, eliana, gibis, doug, bananas de pijamas, luluzinha, maria belém, elástico, caracol, amarelinha, família dinossauro, teletubies, mamonas assassinas, chaves, aquele pirulito que encaixava no dedo , tetris, brink game ( uns videogames pequenininos que jogava com o dedão) haha, biloquê, tinha um negoço que tinha duas linhas e na ponta delas umas bolas que batiam uma na outra, nossa me machucava demais com aquilo! nem lembro o nome, para bailar isso aqui é bomba, cãezinhos do canil, os anjinhos, gato felix, tartarugas ninja, ioiô da coca cola, ioiô de luzinha, carrossel, chapolim, o diário de daniela, pokebola que vinha no guaraná antártica caçulinha, anel de humor, axé, da magia à sedução, merthiolate, melissas, os trapalhões em a luz azul, o diário de daniela, power rangers, os batutinhas, sabrina aprendiz de feiticeira, matilda, free willy, lua de cristal, caderno de perguntas, tv cruj, tazo, ôÔ mila mil e uma noites de amor com você, o araketu araketu quando toca deixa todo mundo pulando que nem pipoca, a keloane roubou pão na casa do joão, é o tchan, tv cultura, castelo rá tim bum, bom dia & cia, tamagoshi, propaganda do batom 'compre batom', pitchula, tererê, pegue o pombo pegue o pombo pegue o pombo agooooora! *_________*
dá uma saudade, né?
Eu amo, tu amas, ele ama,
nós amamos, vós amais, eles amam.Você me ama, eu te amo,
mas mesmo assim, nós não damos certo.
É tão fácil enganar os outros, fingir um sorriso, rir como se estivesse feliz, estufar o peito e andar orgulhoso. É fácil, muito fácil. Mas você sabe como é difícil me enganar, porque eu te conheço muito bem, só com o olhar eu consigo te ler, e não adianta fingir que me engana, você sabe que eu te desvendo.
Eu consigo entender tudo, todos os sinais, todos os gestos.
Afinal, apesar de tudo, você continua me olhando daquele jeito, com aquela ternura, continua sentindo ciúmes, pergunta pra todos os meus amigos sobre mim, e mesmo depois de tudo que eu te fiz, você ainda consegue me ver e abrir um sorriso de orelha a orelha, e depois que eu não correspondi como você esperava, seu sorriso murcha de uma maneira impressionante, e triste. Eu sei que você tá sentindo falta, que me quer de novo, eu também tô. Mas quando não dá certo pela primeira vez, dificilmente vai dar certo pela segunda, é assim que as coisas funcionam.
Talvez a sua tristeza mal-disfarçada seja mais porque eu não mudei como você queria, como você esperava. Porque eu não fui te procurar, porque eu não me tornei mais doce. Mas é que no meu caso, nem o amor me muda.
E de que adianta passar por mim como se fosse a pessoa mais feliz do mundo, sendo que eu sei que quando viro as costas você fica mais triste ainda, de que adianta continuar me mandando recados apaixonados e tristes no meu orkut, se sabe que mesmo a gente se amando loucamente, nunca vai dar certo, assim como não deu pela primeira vez.
Bruscos Ventos
Vejo as luzes de a noite desvanecer da janela do segundo andar de um prédio de dois andares, estarei no último apartamento, pequeno e aconchegante, embora antigo e gasto. Talvez essa união de antiguidade e pequenez confira ao lugar sua particularidade aconchegante. As paredes são brancas e gastas, o teto de madeira avelã, com os rodapés mais escuros, devido ao tempo. Da janela se avizinha a noite de tremulas estrelas, no fundo do cenário noturno paulistano, avisto os prédios que se dividem entremeio as ruas, com suas luzes em ondas, algumas janelas com maior, ou menor intensidade. Próximo há um grande e elegante restaurante, próximo também ao corpo militar, que a frente de sua construção imponente e tradicional há a bandeira do país a movimentar-se com o vento, na esquina com o farol. Não há movimentos na rua nesta noite calorosa. Não importa em si o dia. Algumas caixas dividem o espaço do apartamento, que passa a ser desocupado, para o abandono do silêncio, ou o aconchego de um novo inquilino. Mudar-se não é problema quando se não é fixo ao mundo, quando se tem o sentimento largo e o coração pesado de questões e conflitos. A mudança é a menor das coisas. Organizo mentalmente a mobília dos livros, em uma caixa, onde componho em letras débeis de tristeza a indicação da fragilidade que se contém em tal ventre. Organizo as coisas de acordo com a sua ocupação, catálogo de valores, tamanho, composição, de forma que a disposição de tudo acabe por ser facilmente percebida e encontrada. Não sou organizado ao extremo, mas prezo conter os livros em lugares de aconchego, junto à certeza do bom tato para com as sensíveis alusões de um compositor. Um livro de Virginia Woolf não poderia divisar espaço com Monteiro Lobato, da mesma forma que Sartre após brigar com Camus, não dividiria mais as mesmas páginas de um jornal. Organizar os livros é trabalho árduo, não é justo lhe apregoar pouco valor, dizendo que se pode organizar por ordem alfabética, gênero literário, autores, países, tal como uma enciclopédia. É preciso encontrar um ponto de encontro. Imagino Borges cego tateando por entre a sua imensa biblioteca, os cabelos brancos com sua palidez comum, a roupa de fino gosto, em busca de Pablo Neruda. Como ele organizava seus livros, após conhecer os terrores do escuro? Ao tato percebeste entre o lombo o nome e poderia ler com cuidado o titulo. Então, uma boa voz, amável e doce, cuidadosa e culta leria para ele o trecho requisitado, ou inteiros versos. Talvez no escuro de sua pálpebra ele adivinhasse a sua biblioteca imaginária. O terror que envolve a mudança é o movimento de ir e vir, coletar no caminho coisas, deixar as demais, saber-se o real valor de algo, quando a ignorância tendo dado frutos o faz ver sentido tanto melhor. Por isso ouvi dizerem que os que ignoram, e os que são ignorantes, são as pessoas mais contentes, sorriem por tudo, até mesmo para os infortúnios. Lamurias não são boas palavras, adivinho a tal ponto a questão, contudo, sorrir os lábios em circunstancias pouco nobres, é sinal de simpatia. Dizem que sou simpático. Ofendo-me, mas silencio. A simpatia é uma espécie de falsidade, apenas demonstra valor nobre, para ludibriar os desconhecidos e passar-se por bom, ou indefeso, alguém que não faria mal, por isso pleno de confiança e doçura. Mas sabemos que todos os homens carregam demônios, ou fantasmas. Gosto de pensar em gentileza como um traço peculiar aos conhecidos. A gentileza é a verdadeira simpatia. Simpatia é um modo de falsear o rosto, sorrir de dentes cerrados. Olhando de um ponto distante, observo que os dizeres pesados, porém necessários, são sempre os melhores, embora não agrade a todos. Não recordo, pois minha memória prega-me peças, mas houve um escritor que disse “não escreva algo tão bom a ponto de todos gostarem, mas escreva algo que deixe alguns descontentes, e terás composto uma obra de valor”, não nego que talvez as palavras não estejam certeiras, devido à memória duvidosa, a qual eu me referi há alguns tempos atrás. Mudarei de lugar, não de país, ou cidade, pois ainda descansa as conjecturas quanto a que lugar ir, que pessoas conhecer, que coisas fazer. Quando a juventude sopra as velas do destino, o barco tarda em tempestades, ou calmarias, mas abarca tantos pesos, que ou naufraga, ou acaba sendo saqueado, ou, contudo, na melhor nas hipóteses chega são e salvo ao porto, sem saber o que fazer com tudo. Não tenho muitas coisas. Apenas o necessário; livros. Tudo reduzido, pois houve outro tempo, metade do começo da juventude, quando tinha diversos livros, uma soma considerável para as idades do tempo de leitura. Algumas situações me fizeram reduzir o peso, tristemente o fiz como quem toma de assento uma arma e funde a bala para um terrível destino, incerto e duvidoso, talvez consolo, não se sabe o depois. Agora cabe ao destino dar as guiadas, embora não creia em destino, acaso, ou um jogo de sorte, onde alguns ganham, outros perdem; uso do nome destino, como quem brinca com fogo, ou álcool, ou uma arma carregada a ponto de acidentalmente disparar. Estou incorrendo a memórias para guardar a ordem natural das coisas. Agora cá estou, mas e amanhã, e depois? Bruscos ventos tombam veleiros de naus, cujas bases firmes ruíram contra as investidas do tempo. As luzes desfalecem na noite, enquanto componho estas poucas palavras, melancólico e triste, cansado, porém confiante que bruscos ventos, também levam sensíveis versos a pessoa amada, distante, ou triste, alegre, ou cansada; também trás de longe tudo, com a intensa linha de seus traços.
Crônica
Quer o HOMEM entender o MUNDO, o GRANDE mundo, mas quem é o homem? Semana passada quando partia para o trabalho árduo dos dias, avistei um rato saindo da boca de lobo, fumando um maço de cigarros, enquanto corria atrasado. Sei, sei, parece fantástico e estranho, mas juro que é verdade, e ainda conto mais, uma notícia que chocara o leitor – Ocorreu que na esquina seguinte houve um tratado de paz entre o rato e um gato que usava de chapéu coco, estava citando as palavras sagradas proferidas pela mascote da antiga Cleópatra. E é justo o homem perguntar-se quem é ele no meio do GRANDE mundo. Ouvi alguns vaga-lumes falando em apagão, outros decididos a fazerem concurso público para trabalhar na empresa de energia elétrica. Dizem que o mundo está de pernas para o ar. Não sei quem disse, alguns dizem que são os loucos, outros que é um mendigo, como se coisas assim existissem no Brasil, ou mesmo no grande MUNDO. Ouvi um padre pregando o perdão, pois segundo disse ele, o mundo acaba em 2012, como havia os MAIAS previsto, e foi quando um fiel perguntou se os MAIAS não era coisa do Eça de Queiroz, um português que não gostava da colônia brasileira. Saiu o fiel falando uma gama de palavrões dos portugueses, aproveitando para contar o caso assombroso de um jogo de futebol. O padre ainda falava, alguns fiéis rezavam profundamente com os olhos cerrados, quase um réquiem de Mozart. Um sujeito todo sujo disse que não tinha o que comer, o ouvinte deu um sorriso entrecortado – meu amigo – disse ele – te dou um dinheiro pra cerveja, mas depois procure os alcoólatras anônimos, ou os dependentes químicos, pois ninguém sente fome, comemos a hora que queremos, e não se faça de louco, ou bobo, pois tu sabes que somente os robôs sentem fome – e prosseguiu – estamos no futuro! Só não temos naves espaciais em respeito a Santos Dumont, pois apreciamos apenas os bens de nossa pátria! – O tom patriótico do homem fez o sujeito rejeitar a oferta de tomar cerveja. E naturalmente, por favor, não ria, e creia, pois é caso verídico – vi um deputado, e os demais políticos, rejeitarem uma pizza, pois segundo o senso geral entre eles – os tempos estão difíceis, o salário está curto, o décimo terceiro está comprometido com algumas contas, e com isso não podem se entregar ao luxo de comerem massa, até porque são vaidosos e não podem engordar. Sei, sei, parece inacreditável, mas é a mais pura verdade, os vi em um bar. Sim, vós ouvistes certo, um bar, não um restaurante da Suécia, ou da Argentina. E por favor, não caia da cadeira, mas os argentinos tornaram a recobrar a consciência segundo alguns boatos, e agora são fiéis companheiros dos brasileiros, sem rancor algum, e nessa onda embarcou o Paraguai, esquecendo a grande GUERRA, que nos envolveu contra eles. Ah, e ia-me esquecendo de contar, mas parece-me que o líder da tribo indígena, é o dono e presidente da Antártica. Estou escrevendo estas notícias para os brasileiros que estão em outros países, afinal à distância os tornam estrangeiros, não? Eu sei claro, naturalmente os brasileiros acompanham o país de qualquer lugar que estiverem. Esses dias atrás eu vi um brasileiro roubar uma bandeira do país, então preso pela polícia, ele alegou que estava dando exemplo de patriotismo aos filhos ainda pequenos, então o tenente orgulhoso disse que era ele um bom filho da pátria e para solucionar a questão pediu que lhe desse uma nota autografada. Agora, como de costume, deixei para o final algo surpreendente a vós que estás longe destas terras – não há analfabetos, todos me lêem, e digo mais, o maior bem cultural deste país são os livros, inclusive, os capitalistas estão comprando ações da minha livraria na bolsa de valores, por isso, tenho que ir-me embora, cuidar dos negócios, depois sair com a secretária, mas nenhum escândalo, pois sabes, ainda permaneço solteiro, o que é natural. O que? Não soube? Não há mais casamentos por aqui. Sim, não há. O último casamento oficial foi em um hospício entre um ateu e uma crente. E ao que fiquei sabendo, os votos do ateu foram palavras de uma oração antiga dos gregos, e a crente, como de praxe na família recitou um poema do Vinicius de Moraes. Estou me alongando, eu sei, mas não se preocupe, não irei me atrasar, pois aqui não contamos com o relógio o tempo, mas com os resultados, e graças a minha competência a minha firma está com fama internacional. Mas enfim, li a respeito da Europa, sobre os Estados Unidos, e fiquei sabendo por intermédio de alguns ex-brasileiros, em outro momento lhe explico melhor, bem, disseram-me eles que a Europa é elegante, que o Brasil, contudo, não é mais o terceiro mundo, mas o quinto contando de trás para frente. Sim, eu sei, concordo contigo, eles estão errados, mas como explicar esse grande MUNDO? Tu leste bem, semana passado eu avistei um rato saindo da boca de lobo, fumando um maço de cigarros. Agora tu, que estás num país elegante, poderias me dizer por gentileza, se por aí há ratos que fumam e correm atrasados? Pois ouvi alguém cochichando que aí existem, mas que usam roupas de grife, alguns só fumam charutos cubanos, inclusive são capitalistas, contudo, amigáveis com os comunistas, pois ratos são ratos, esgotos são esgotos, boca de lobo é boca de lobo, e a vida é uma só. Estão me ligando de Boston, só um instante. [Cinco minutos depois], desculpe a demora, não tu entendeste errado, não disse bosta, por favor, tenha a delicadeza de compreender que nós brasileiros não usamos de palavrões, tu bem sabes, eu estava me referindo a Boston, uma cidade americana, pois eles querem abrir uma filial nossa, pois já somos maiores que o Google. Pesquisa aí e tu verás. Não, não sou Forrest Gump, nenhum contador de história com QI baixo, e uma caixa de chocolates Nestlé. Por falar em chocolate, tu soubeste, não? Então lhe irei contar. Não celebramos mais a Páscoa, pois as crianças brasileiras vêm de berço com tamanha genialidade, que perceberam logo de cara, que o coelho não poderia deixar ovos de chocolate. Sabe qual o argumento delas? Quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha? Sim, pasme. Eu sei que aí há crianças com PHD, e que são médicos, cirurgiões, advogados, poetas, escritores. Bem, agora eu tenho que ir embora mesmo, pois aqui em São Paulo está chovendo, e tenho que ir pegar a minha lancha, devido ao novo sistema de irrigação das vias públicas, um projeto para manter a cidade limpa e poupar água, e ajudar o meio ambiente, estámos tendo inundações. Um abraço a todos os brasileiros que me estão ouvindo. Ah, e antes que eu esqueça, tardarei a voltar, contudo, não se preocupem, pois é apenas passageiro, afinal estou tentando uma contratação caríssima para a livraria, sim, não riam, é o tal rato que fez as pazes com o gato siamês, o mesmo rato que estava fumando um cigarro barato e estava atrasado para uma entrevista de emprego. Acho que é ele, estão batendo a minha porta. É a secretária, veio-me anunciar ele.